Recentemente, um estudo da revista Environmental Science & Technology Letters levantou uma grande preocupação nos Estados Unidos: as pulseiras de smartwatches podem ser prejudiciais à saúde? Conduzida pela Universidade de Notre Dame, a pesquisa revelou a presença de PFAS, um composto químico perigoso e de difícil decomposição, nas pulseiras de marcas como Apple, Fitbit e Samsung.
O PFAS é conhecido por suas propriedades resistentes à água, sendo comumente usado em produtos como as pulseiras de smartwatches. Contudo, a presença deste composto nessas pulseiras levanta sérias questões sobre os potenciais riscos à saúde humana, já que o PFAS pode ser absorvido pela pele e se acumular no organismo.
Com isso, a preocupação se expande, principalmente considerando o uso constante desses dispositivos para monitoramento de atividades físicas. A exposição prolongada ao PFAS pode resultar em efeitos adversos, incluindo riscos para o fígado, tireoide e até mesmo o aumento de probabilidade de câncer. A conscientização sobre esses riscos é crucial para os consumidores que buscam maior segurança ao escolher seus produtos.
O Perigo do PFAS nas Pulseiras de Smartwatches
De acordo com os resultados da pesquisa, as pulseiras de smartwatches mais caras são as que apresentam maiores concentrações de PFAS. O estudo não especificou quais modelos exatos foram testados, mas revelou que os produtos mais caros (acima de 30 dólares) contêm entre 50% a 90% de PFAS em sua composição. Em contrapartida, pulseiras de baixo custo não apresentam a presença deste composto químico. Um exemplo alarmante na pesquisa é o nível de PFHxA, um tipo de PFAS, que superava mil partes por bilhão, um valor muito maior do que o encontrado em outros produtos de consumo.
O que é PFAS e Como Ele Afeta a Saúde?
PFAS, ou “substâncias per- e polifluoroalquiladas”, são uma classe de compostos químicos usados principalmente para tornar materiais à prova d’água. Características como a resistência à água são ideais para itens como pulseiras de smartwatches, especialmente em atividades como esportes e natação, pois evitam que o suor se acumule ou a água se fixe. No entanto, a grande preocupação é que o PFAS é extremamente resistente à degradação, tanto no ambiente quanto no corpo humano.
Estudos apontam que a pele pode absorver esses compostos químicos, o que representa um sério risco à saúde. A exposição ao PFAS pode afetar órgãos como a tireoide e o fígado, além de associar-se a certos tipos de câncer. Para as gestantes, o PFAS pode causar complicações como aborto espontâneo, hipertensão e aumento do tempo gestacional, enquanto para o feto, os efeitos incluem baixo peso ao nascer, dificuldades no desenvolvimento imunológico e até puberdade precoce.
O Risco de Absorção Através da Pele
Como a pele é um órgão com grande capacidade de absorção, o uso contínuo de pulseiras de smartwatches e smartbands contendo PFAS pode resultar em uma exposição gradual a esse composto químico. A pesquisa da revista Environment International revelou que a pele pode absorver pelo menos 20 tipos de PFAS, que chegam à corrente sanguínea. Um dos principais compostos identificados foi o PFHxA, encontrado em várias pulseiras de alto custo.
Além disso, o risco de contaminação se amplifica quando se leva em conta o uso dos smartwatches para monitoramento de atividades físicas. Durante o exercício, o suor do usuário pode misturar-se com o PFAS presente na pulseira, facilitando a absorção do composto através dos poros da pele. Embora ainda existam poucos estudos focados nesse tipo de absorção por meio do suor, os efeitos potenciais são preocupantes.
Por que o PFAS é Tão Preocupante?
O PFAS é muitas vezes chamado de “químico eterno” devido à sua resistência extrema à degradação, tanto no organismo quanto no meio ambiente. Esse composto é altamente persistente, o que significa que uma vez absorvido, ele pode permanecer no corpo por muitos anos. Além disso, a degradação do plástico das pulseiras contribui para a formação de microplásticos, que contêm PFAS e podem contaminar ainda mais o ambiente, entrando na cadeia alimentar por meio de organismos aquáticos.
Estudos mostram que o PFAS está presente em várias partes do mundo, afetando água, solo, ar e peixes. Sua dificuldade de eliminação no ambiente torna a situação crítica, pois se acumula ao longo do tempo, representando um risco contínuo para a saúde humana e os ecossistemas.
A Necessidade de Mais Estudos e Precauções
Os resultados sobre os riscos das pulseiras de smartwatches com PFAS são alarmantes, mas ainda há limitações nos estudos sobre a absorção desses compostos. A conscientização sobre esses riscos é essencial para estimular mais pesquisas e garantir a segurança dos consumidores.
Além disso, é recomendável que os usuários de smartwatches optem por modelos com pulseiras que não contenham substâncias químicas prejudiciais à saúde, especialmente em atividades físicas que envolvam transpiração ou exposição a líquidos. O mercado pode começar a adotar alternativas mais seguras, considerando a crescente demanda por produtos mais ecológicos e menos agressivos à saúde.
Por fim, enquanto a pesquisa continua a explorar os impactos do PFAS, é fundamental que os consumidores estejam informados sobre os riscos e tomem decisões mais conscientes, priorizando o bem-estar e a sustentabilidade.
Confira também: Claro Libera 4G de Graça para Smartwatch da Apple e Samsung